terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os Bailes e outros divertimentos permitidos, mas perigosos

Por Hélio Inútil Escravo da Santíssima Virgem

As danças e os bailes são coisas de si inofensivas; mas os costumes de nossos dias tão afeitos estão ao mal, por diversas circunstâncias, que a alma corre grandes perigos nestes divertimentos.

Dança-se à noite e nas trevas, que as melhores iluminações não conseguem dissipar de todo, e quão fácil é que debaixo do manto da escuridão se façam tantas coisas perigosas num divertimento como este, que é tão propício ao mal. Fica-se aí até alta hora da noite, perdendo-se a manhã seguinte e conseguintemente o serviço de Deus.
Numa palavra, é uma loucura fazer da noite dia e do dia noite, e trocar os exercícios de piedade por vãos prazeres. Todo baile está cheio de vaidade e emulação e a vaidade é uma disposição muito favorável às paixões desregradas e aos amores perigosos e desonestos, que são as consequencias ordinárias dessas reuniões.
Do mesmo modo, estas reuniões à noite arrastam para o seu meio ordinariamente todos os vícios e pecados que vão alastrando pela cidade – os ciúmes, as pedanterias, as brigas, os amores loucos; e, como o aparato, a afluência e liberdade, que reinam nestas festas, agitam a imaginação, excitam os sentidos e abrem o coração a toda sorte de prazeres, caso a serpente murmure aos ouvidos uma palavra indecente ou aduladora, caso se seja surpreendido por algum olhar dum basilisco, os corações estarão inteiramente abertos e predispostos a receber o veneno.




Ò Filotéia, esses divertimentos ridículos são de ordinário perigosos. Dissipam o espírito de devoção, enfraquecem as forças da vontade, esfriam os ardores da caridade e suscitam na alma milhares de más disposições. Por estas razões nunca se deve frequentá-los, e, no caso de necessidade, só com grandes precauções.



Convém muito refletir sobre certas verdades santas e compenetrantes para precaver e dissipar as tentadoras impressões que o vão prazer possa ter deixado no espírito.
Eis aqui algumas que muito te aconselho:



Naquelas mesmas horas que passaste no baile, muitas almas se queimavam no inferno por pecados cometidos na dança ou por suas más consequências.






      
      Muitos religiosos e pessoas piedosas nessa mesma hora estavam diante de Deus cantando os seus louvores e contemplando a sua bondade; na verdade, o seu tempo foi muito mais empregado que o teu!... 






      Enquanto dançavas, muitas pessoas se debatiam em cruel agonia, milhares de homens e mulheres sofriam dores atrocíssimas em suas casas ou nos hospitais. 




      Ah! Eles não tiveram um instante de repouso e tu não tiveste a menor compaixão deles; não pensas tu agora que um dia hás de gemer como eles, enquanto outros dançarão?!...




        Nosso Senhor, a SS. Virgem, os santos 
    e os anjos te estavam vendo no baile. 
    Ah! Quanto os desgostaste nessas horas, 
    estando o teu coração todo ocupado com
    um divertimento tão fútil e tão ridículo!

      Ah! Enquanto lá estavas, o tempo se foi passando 
      e a morte se foi aproximando de ti; considera que 
      ela te chame para a terrível passagem do tempo 
      para a eternidade e para uma eternidade de 
      gozos ou de sofrimentos.
     
      
     Eis aí as considerações que te queria sugerir; Deus te inspirará outras mais fortes e salutares, se tiveres santo temor a ele.
      
      
     Fonte: Livro “Filotéia” de São Francisco de Sales

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