quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Vida de Santa Gemma Galgani

Biografia de Santa Gemma Galgani



Atrás de uma aparência normal se esconde uma Santa extraordinária. Uma mística em contínuo e afetuoso dialogo com Jesus. Uma contemplativa que reza com a semplicidade de uma moça e a profundidade de um teólogo. Supera as mais terríveis dificuldades deixando-se guiar pelo seu Anjo da Guarda. Desde moça mantém a alma candida com a firme intenção de uma vida imaculada.

Gemma nasce em Borgonuovo de Casigliano (Lucca) no dia 12 de Março de 1878. Enquanto recebe a crésima na Igreja de S. Miguel em Foro, Jesus lhe pede o sacrifício da mãe. Aos 18 anos se opera ao pé sem anestesia e no dia de Natal do mesmo ano, faz o voto de castidade. Gemma fica orfã cedo,quase abandonada na maior miséria.

Já com 20 anos, Gemma não aceita uma proposta de casamento, por ser «toda de Jesus». Durante este ano fica curada milagrosamente de problemas na espinha e iniciam as experiências místicas. A chamam, na cidade, «a moçinha da graça».

Fala com o seu Anjo da Guarda e lhe da também encargos delicados, como aquele de entregar em Roma a correspondência ao seu diretor espiritual. «A carta, apenas terminada, a dou ao Anjo, ela escreve. Está aqui perto de mim que espera». E as cartas, misteriosamente, chegavam a destinação sem passar através do Correio do Reino.

Em junho de 1899, Cristo lhe dá o dom das estigmas. No mesmo ano, durante a missão em S. Martino, Gemma conhece os padres Passionistas que a introduzem na casa Giannini. Acolhida como uma filha nesta casa devota e rica, conduz uma vida retirada entre casa e Igreja. Mas as manifestações da sua santidade superam os muros da casa patrícia. Faz conversões, prediz acontecimentos futuros, cai em êxtase. Na oração, sua sangue; no seu corpo, além dos sinais dos pregos, aparecem as chagas da flagelação. Aqui conhece Padre Germano que dirigirá as suas confidências.

Logo se vem a saber que as suas luvas pretas e a sua veste escura e estreita escondem os sigilos da Paixão. Estes estigmas se abrem, dolorosas e sanguinantes, toda semana, na véspera das sextas-feiras.

Diante dela os cientistas não conseguem esconder o embaraço. Até alguns diretores espirituais não sabem como justificar a extraordinária moça: suspeitam de mistificação, falam de histerismo ou de sugestão, pedem provas, exigem obediência.

Somente ela, Gemma Galgani, no meio das dores físicas e às provas morais, não diz nada, ou melhor, diz sempre sim. Não pede nada, ou melhor, pede a Jesus para si, mais dores e para os outros pede a conversão e a salvação.

No ano 1901, com 23 anos, Gemma escreve por ordem de Padre Germano, a Autobiografia, "O quaderno dos meus pecados". No ano seguinte se oferece vítima ao Senhor para a salvação dos pecadores. Jesus a pede de fundar um mosteiro de clausura Passionista em Lucca. Gemma responde com entusiasmo. No mês de setembro do mesmo ano se adoece gravemente. A sua vida é marcada profundamente da dor.

Começa o período mais escuro da sua vida. As consequências do pecado caem pesantemente sobre o seu corpo e sua alma. No ano 1903, era um Sabado Santo, Gemma Galgani morre aos 25 anos, devorada do mal, mas pedindo até o último momento ainda mais dor.

O Somo Pontéfice Pio X assina no ano 1903, o Decreto de fundação do Mosteiro Passionista em Lucca.

Em 1905 as irmãs de clausura Passionistas iniciam a sua presença em Luca, realizzando o antigo desejo que Jesus tinha feito a Gemma.

Padre Germano, diretor espiritual de Gemma, escreve em 1907 a primeira biografia. Iniciam os processos canônicos para o reconhecimento da sua santidade.

No ano 1933 Pio XI inclui Gemma Galgani entre os Beatos da Igreja.

Serà Pio XII, no ano 1940 a elevar Gemma Galgani à gloria dos Santos e indicá-la modelo da Igreja universal pelas das virtudes cristãs.

Santa Gemma Galgani
Mística da redenção

A figura mística de Santa Gemma Galgani continua a afascinar pela sua única experiência espiritual que nos permitiu de conhecer a vontade de Deus. Uma experiência que ainda hoje pode aquecer o coração e iluminar a nossa mente.

Dos escritos da mística se pode perceber uma linguagem simples, pobre, que permite, apesar da extrema simplicidade, de compreender e reviver a sua singular experiência com Jesus Cristo. E’ por assim dizer, uma teóloga simples, imediata e rica de humanidade, sem o uso daquelas grandes palavras tanto queridas aos Teólogos.

Gemma foi uma mística toda ardente pelo amor de Jesus. Este amor a permetiu de viver uma autentica paixão. Das suas "cartas" se entende todo o seu imenso amor por Cristo, amor que raramente se pode encontrar na mesma intensidade em outros Santos. «Quem te matou, Jesus» pergunta Gemma. E responde Jesus «O amor» (II 82).

O amor a que se refere Gemma não é somente uma emoção, mas um Amor doado por Cristo através da Sua palavra, e ela se deixa tanto levar como discípula de colocar-se e sentir-se como ele. «Diversas vezes perguntei a Jesus que me ensine o verdadeiro modo de amá-lo, e então Jesus parece que me faça ver as suas Santíssimas chagas abertas» (I,15).

No participar à paixão ela deseja ajudar Jesus nas suas dores. Se cria assim um pacto de amor em modo tal que Jesus a possa oferecer ao Pai como vítima de amor por todos os pecadores.
Esta é a sua missão, salvar os pecadores, não com a palavra ou com o ensinamento, mas com a vida, com a participação à Paixão de Jesus.
Através dessa graça mariana, descobre o significado místico da virgem aos pés da Cruz e doa a Maria a sua própria alma. Da sua parte, Maria prepara a Santa à graça da estigmatização.

Gemma com a oferta da sua vida concluiu a missão que Deus lhe havia confiado, amando-o com todo o seu ser.
Porém, apesar de tudo, Gemma não pode revestir o hábito de consagrada a Deus e isto representou, sem dúvida, a maior delusão da sua vida, mas consumiu a sua união de amor com Jesus Crucifixo no mundo, na normalidade da vida laical. Um sinal evidente que esta estrada pode ser percorrida por todos nós.

Em Gemma se verificaram dois fenômenos cardiopáticos místicos: o alçamento das costelas, quando a Santa teve que dizer a Jesus «És muito grande”., o Jesus: o meu coração é pequeno, tu não podes estar dentro dele, que se dilate este coração!»; o segundo fenômeno foi aquele da queimadura do peito, quando ela exclamou «Mas serão estas chamas efeito do teu amor, o Senhor?»

A sua personalidade era de asceta: Caminhava descalça e sem meias, inclusive de inverno. Usava o cilício até quando não lhes foram proibidos. Nela existem todos os ingredientes de uma Santa Estigmatização como Padre Pio, cheia de amor como Santa Teresa de Lisieux. A seguir se pode encontrar tudo aquilo que se pode fazer arder o coração.

O dom dos estigmas

«No dia 8 de junho de 1899 depois da Comunhão, Jesus me avisou que de noite me teria feito uma graça muito grande. Foi no mesmo dia confessar-me e disse ao Monsenhor. Ele respondeu que eu estivesse bem alerta a referir-lhe depois tudo o que acontecesse.

Era de noite: de repente, mas cedo que o normal, senti uma dor interna dos meus pecados, mas o senti tão forte, que estava quase para morrer. Depois disso me sinto recolher todas as potências da alma: o intelecto não conhecia que os meus pecados e a ofensa de Deus; a memória me lembrava de tudo e me fazia ver todos os tormentos que Jesus tinha padecido para salvar-me; a vontade me fazia detestar todos os pecados e prometer de querer sofrer para poder expiá-los. Muitos pensamentos vieram na minha mente: eram pensamentos de dor, de amor, de temor, de esperança e de conforto.

Com o recolhimento interno logo depois veio o êxtase dos sentidos e eu me encontrei diante a Mãe minha do céu, que havia à sua direita o meu Anjo da Guarda, que me recomendeu de recitar o ato de contrição. Depois que havia terminado, a Mãe me disse estas palavras: "Filha, em nome de Jesus que sejam remetidos todos os seus pecados". Depois acrescentou: Jesus, meu filho, te ama muito e quer fazer uma graça a ti; saberás ser digna? A minha miséria não sabia o que responder.

Acrescentou ainda: "Eu serei a tua mãe, tu demonstrarás ser a minha verdadeira filha? Abriu o manto e com ele me cobriu. Naquele instante apareceu Jesus, que tinha todas as feridas abertas; mas daquelas feridas não saia mais sangue, saíam como chamas de fogo, que em um só momento vieram tocar as minhas mãos e os meus pés e o coração. Me senti morrer, teria caído no chão; mas a Mãe me socorreu, cobrindo-me sempre com o seu manto.

Por diversas horas me convinha ficar naquela posição. Depois, a minha Mãe me beijou na testa e tudo desapareceu e me encontrei de joelhos no chão, mas sentia ainda uma forte dor nas mãos, aos pés e ao coração. Me levantei para colocar-me na cama e me dei conta que da parte onde doía, saía sangue. Cobri aquelas partes como pude e depois, ajudada pelo meu Anjo, pude colocar-me na cama. Aquelas dores, aquelas penas, invés de dar-me aflição, me traziam uma grande paz perfeita.

Na manhã seguinte com muita fadiga pude ir pegar a Comunhão e me coloquei as luvas, somente para esconder as mãos. Não conseguia ficar em pé; a cada momento pensava de morrer. Aquelas dores me duraram até às três de sexta-feira, festa solene do S. Coração de Jesus. Isto eu deveria dizer ao Confessor, mas fui confessar-me diversas vezes e não disse nada. Ele me perguntou muitas vezes, mas eu respondia sempre que não.»

Sobre o mistério da encarnação
Explicações tidas pelo Anjo da Guarda:
Do Diário de Gemma Galgani

Na manhã do dia 25 de março, Jesus se fez presente à minha alma mais vezes: sentia um recolhimento interno, que por graça de Deus nada podia me distrair; ao meio dia sinto que o meu anjo me bate no ombro e me diz: «Gemma, venho em nome de Jesus a exaudir a sua promessa». Não sabia o que pensar; fiquei admirada em escutar aquelas palavras. «Filha», acrescentou, «eu sou o teu guarda, mandado da Deus; eu venho para fazer-te entender um mistério, maior que todos os outros mistérios».
Era estupefada, ainda não entendia... O meu anjo percebeu e me disse: "Lembras, 12 dias atrás, aquilo que te prometi?". Pensei e logo me veio a mente. "Sabes, oh minha filha, que eu te falarei sobre Maria Santíssima, de uma moçinha tão humilde diante do mundo, mas de uma infinita grandeza diante de Deus; te falarei da mais linda, da mais santa de todas as criaturas; da filha predileta do Altíssimo, daquela que vinha destinada à incomparável dignidade de mãe de Deus".

... Era já noite a dentro e Maria Santíssima estava sozinha no seu quarto: rezava, era toda compenetrada em Deus. De repente aparece uma grande luz naquele mísero quarto e o arcanjo, transformando-se em corpo humano e circundado da um numero infinito de anjos, vai perto de Maria, reverente e majestoso. A reverência como Senhora, sorri a ela como anunciador de uma bela noticia e com doce palavras assim ler diz: "Ave, o Maria, o Senhor é com ti. A bendita tu és entre todas as mulheres". O belo, o grande e sublime augúrio, que na terra nunca se escutou nem se escutara jamais!

..."Apenas o arcanjo celeste pronunciou estas palavras, silenciou, quase esperando o sinal dela para explicar a sua divina embaixada. Maria porém, escutando a surpreendente saudação, se inquietou; se calou e pensava. Mas talvez crias, o filha minha, que a Maria não tivessem descido os anjos do paraíso? Ela a cada momento gozava da visita e dos doces colóquios... Ela não vai investigar na sua mente o significado misterioso, mas se inquieta porque; acredita ser indigna da saudação Angélica. Ah! Filha minha", me repetia, "se Maria tivesse sabido quanto a sua humildade fosse de agrado ao Senhor, não se teria sentido indigna dos obséquios de um anjo. "Como, dizia para si mesma, "um anjo de Deus me chama cheia de graça, enquanto eu me reconheço não merecedora de qualquer divino favor? "Como, pensava Maria, "um anjo do paraíso me chama bendita entre as mulheres, enquanto sou entre as mulheres a mais inútil, a mais vil, a mais abjeta? Qual mistério se esconde atrás do véu desta sublime saudação?...

"À saudação do anjo, Maria não havia dado nenhuma resposta; então Gabriel para acalmá-la repetiu: "Não temer, o Maria, tu és a única que encontrou graça diante o Altíssimo. Deste momento conceberas no teu seio um filho, o chamara com o nome de Jesus e da todos será chamado Filho do Altíssimo: a ele será dado o trono de David, reinara em eterno e o seu reino não terá fim". Com estas sublimes palavras o arcanjo explicou tudo o que devia a Maria...

"O anjo já havia manifestado à Virgem o mistério da grande missão, isto è, que ela estava para ser a mãe do Filho do Altíssimo. Mas ela, olhando na direção do anjo, lhe disse: "E em que modo poderá acontecer isto, se eu conservo o meu candor virginal?" (Já tinha sido prognosticado por Isaías, que dizia que o Cristo devia nascer da mãe virgem)... Saiba, aqui me disse o meu anjo, "que Maria Santíssima, com um exemplo jamais ouvido, desde do início da sua vida tinha consagrado ao celeste esposo das almas castas a sua flor virginal e, mesmo que não fosse sujeita a tentações, não havia deixado de conservar aos seus lírios entre as espinhas da mortificação.

"Refleti", me dizia, "como Maria Santíssima silenciou a todas as coisas que se referiam ao grande mistério, somente falou e se demonstrou aberta, quando ouviu tratar do seu puro candor e se colocou perto daquele anjo de Deus com doce vontade… Entendeu, o filha, quanto Maria amasse esta bela, angélica, celeste virtude? Mas quem acreditas tu que a amasse mais? Jesus o Maria? Certamente Jesus que nunca teria escolhido uma mãe, se não virgem pura, imaculada.

O anjo Gabriel respondeu: "Maria, o Espírito Santo descera sobre ti, a virtude sublime do Altíssimo te cobrirá; e, porém aquele que nascerá da ti santo será o verdadeiro Filho de Deus. A este ponto te informo que Isabel, tua parente, na sua velhice concebeu um filho e é já ao sexto mês, aquela que dizia ser estéril porque lembras que a Deus nada é impossível". O anjo Gabriel continuou a Maria Santíssima com estas palavras: "Estai tranquila e consola-te, o virgem bendita: o divino espírito será aquele que descerá para fecundar as tuas vísceras imaculadas. Oh onipotente virtude do Altíssimo operará em ti um novo prodígio que, conservando ao mesmo tempo a honra de virgem, te dará a alegria de mãe. O santo, que conceberás no teu seio, não será que o Filho de Deus". Com estas palavras o arcanjo Gabriel revelava o arcano, explicava o mistério, tranquilizava Maria.

"Enfim tudo foi feito, não faltava que a última palavra de Maria, porque a virgem fosse mãe de Deus. O Verbo divino, gerado do Pai no esplendor dos santos, não devia ter pai na terra, assim como mãe não teve no céu. E Maria, sendo eleita genitora do Unigênito do divino Pai, se transformava do mesmo Pai, a unigênita filha. Sendo ela a virgem que devia dar os humanos membros ao Verbo divino, era elevada à dignidade de mãe do Filho de Deus. Sendo Maria aquela, sobre a qual teria descido o Espírito Santo, que coberta com a sua virtude onipotente a teria feita mãe virgem de um filho Deus, era por isso elevada à grandíssima honra de esposa ao Espírito Santo.

"Explicado o enigma, tranquilizada completamente a virgem, o mensageiro divino silenciava, ansioso esperando a sua resposta, isto é, a autorização de Maria à encarnação do Verbo eterno... e responde: "Eis a serva do Senhor, seja feito de mim segundo a tua palavra". Tudo é feito, Maria é a mãe do Filho do Altíssimo. A estas palavras exulta o céu, se consola o mundo inteiro. O anjo reverente se prostra diante à sua senhora e depois pega o voo e volta ao paraíso.

Maria, no ato de aceitar a altíssima dignidade de mãe de Deus, se declarava humildemente serva do Senhor. Esta humildade profundíssima, em que a encontrou recolhida e quase abandonada o anjo do Senhor, não faltou à gloriosa saudação e a mais gloriosa proposta de ser a mãe do Verbo divino.

"Maria tinha então proferido o prodigioso fiat, e em um instante, formado do divino Espírito no seu seio, da puríssima virginal substância, um tenro e perfeito corpinho e unindo uma alma humana, se juntaram em simbiose, à divina Pessoa do Verbo. O milagre! Aquele Deus, que não pode ser contido na grandeza dos céus, está dentro do ventre de Maria. Aquele Deus, que sustenta com um dedo a grande máquina do universo, é sustentado pelo puro seio de uma virgem. Quem pode dizer portanto qual seja a grandeza da alegria que inundou e incendiou a alma de Maria naquele feliz momento em que se transformou em mãe do Filho de Deus? O Rei dos Reis, o grande Senhor dos dominantes colocou o seu trono no seio de Maria. Um infinito gaudio inundou Maria, quando se fixou na infinita luz e pode mirar os arcanos esplendores da divindade.

"Aceitando Maria a incomparável dignidade de mãe de Deus, aceitava o generoso dever de mãe do humano gênero. Devemos alegrar-nos: Maria, dando o seu consentimento ao anjo, nos adotou como filhos e se transformou na mãe de todos nós".

A flagelação e as duas coroas
Diário de Gemma Galgani

Era da muito tempo que suplicava a Jesus a fim de que me tirasse todos os sinais externos, mas Jesus invés acrescentou um outro; me fez experimentar pequenas partes da sua flagelação; à dores das mãos, pés, cabeça e coração acrescentou também alguns outros. Seja sempre agradecido. Lá pelas cinco horas comecei a sentir uma dor tão forte dos meus pecados, que me parecia de estar fora de mim: mas a este pavor logo apareceu a esperança na misericórdia de Deus e logo me acalmei.

Não experimentava ainda nenhuma dor; depois de mais ou menos uma hora me pareceu de ver o meu anjo da guarda que tinha na mão duas coroas: uma de espinhas, feita a forma de chapéu e a outra de lírios branquíssimos. A primeira impressão este anjo me deu um pouco de medo mas depois, alegria; juntos adoramos a grandeza de Deus, gritamos; "Viva Jesus!" forte, forte e depois, mostrando-me as duas coroas, me perguntou qual preferia. Não quis responder, porque padre Germano me o havia proibido, mas insistiu, dizendo-me que era ele que o mandava e para dar-me um sinal que verdadeiramente era ele que o mandava, me benzeu na maneira que era hábito ele fazer e fez a oferta de mim ao eterno Pai, dizendo-me que esquecesse naquela noite a mim mesma e pensasse aos pecadores.

Fui influenciada por estas palavras e respondi ao anjo que escolheria aquela de Jesus; me mostrou aquela de espinhas e me a deu; a beijei diversas vezes e o anjo sumiu, depois de tê-la colocada sobre a minha cabeça. Comecei então a sofrer, nas mãos, pés e na cabeça; mais tarde, no corpo inteiro e sentia fortes socos. Passei a noite deste modo; com força me levantei na manhã seguinte, para não dar na vista; os socos e as dores até às duas; nesta hora apareceu o anjo (e para dizer a verdade, quase não podia ficar em pé) e me fez estar bem, dizendo-me que Jesus tinha tido compaixão de mim, porque sou pequenina e era incapaz di chegar a sofrer até a hora que Jesus expirou.

Depois estive bem; porém eu sentia todos os ossos e mal me podia aguentar em pé. Mas uma coisa me afligia: via que os sinais não tinham desaparecido, nos braços e em qualquer outra parte do corpo (notei enquanto me vestia) havia manchas de sangue e alguns sinais de socos. De manhã, quando fiz a comunhão, rezei com mais fervor a Jesus, que me tirasse os sinais e me prometeu que no dia da sua Paixão me teria tirado. Soube que a Paixão era terça feira e sextas-feiras não deveriam mais passar.

A última sexta-feira, dos sinais na cabeça, nas mãos, nos pés e no coração não mais existiam; mas Jesus pela segunda vez me fez sentir novamente alguns socos: me veio um pouco de sangue em algumas partes do corpo, mas espero que Jesus logo me tirara também estas. A pobre GEMMA.


Experiência da Paixão
Trechos do Diário

Hoje que eu pensava de estar livre daquela fera, invés ela me tormentou muito. Eu fui com a intenção de dormir mas aconteceu tudo uma outra coisa: começou com socos que temi pudessem me fazer morrer. Era na forma de um grande cão todo preto e me colocava as pernas sobre os meus ombros; mas me fez muito mal porque me fez sentir todos os ossos. As vezes acredito que ele me segurasse, aliás uma vez, tempos atrás, no pegar a água benta, me torceu tão forte o braço, que cai no chão com grande dor e então me tirou o osso do lugar; mas logo voltou, porque me tocou Jesus e tudo retornou ao normal.

- Ontem aconteceu a mesma coisa: fui para dormir e me adormentei, mas o demônio não, parece que não tivesse vontade. Se mostrou em uma maneira suja, me tentava, mas fui forte. Dentro de mim pedia a Jesus que preferia que me tirasse a vida do que dever ofende-lo. Que tentações horríveis são aquelas! Todas me desagradam, mas aquelas contra a santa pureza quanto me fazem mal! Depois para colocar-me em paz, veio o anjo da guarda e me tranquilizou dizendo que eu não havia feito mal algum. As vezes reclamo porque gostaria que me viessem ajudar em determinados momentos, e me diz, o que o veja ou não, esta sempre acima da minha cabeça; e ontem, porque Maria Santíssima dolorosa me ajudou de verdade e fui muito forte, me prometeu que a noite teria vindo Jesus a ver-me.

Esta sexta-feira sofri muito mais, porque fui obrigada a fazer pequenas coisas e a cada movimento pensava de morrer. Minha tia me tinha pedido de trazer para cima um pouco de água: fiz com dificuldade e me parecia (mas era tudo ideia minha) que as espinhas me fossem ao cérebro e me começou a cair uma gota de sangue das têmporas. Me limpei rápido. Me perguntou se eu tivesse caído e quebrado a cabeça; lhe disse que me tinha arranhado com a corrente do poço. Depois fui procurar as freiras; eram 10 horas e fiquei com elas até às 5. Voltei para casa, mas Jesus já tinha feito desaparecer tudo.

Depois me tranquilizou; se colocou perto de mim e me dizia carinhosamente: "Oh filha, mas não sabes que tu deves ser em tudo conforme a vida de Jesus? Ele padeceu tanto por ti e tu não sabes que em todas as ocasiões deves padecer por Ele? Além disso, porque desagradas Jesus todos os dias deixando de meditar a Paixão?". Era verdade: me lembrei que a meditação sobre a Paixão a fazia somente às sextas e as quintas. "Deves fazer todos os dias, lembra-te". No final me dizia: "Coragem, coragem! Este mundo não è um lugar de repouso: o repouso será depois da morte; agora tu deves padecer e padecer por qualquer coisa, para impedir à alguma alma a morte eterna". O supliquei tanto que dissesse à minha Mãe que viesse à mim porque tinha tantas coisas a dizê-la; me disse que sim. Esta noite porém não veio.

Fui dormir com a firme intenção de dormir; o sono não demorou a vir e me apareceu quase logo um homem pequeno, pequeno, coberto de pelo preto. Que susto! Posou as mãos sobre a cama, pensei que quisesse surrar-me. "Não, não", "não te posso surrar, não amedrontar-te", e no dizer isso, se era alongado. Chamei Jesus em minha ajuda, mas não veio; não por isso me deixou: depois de ter invocado o seu nome, me senti logo livre, mas foi tudo de repente.

Tinha terminado as orações: fui para a cama. Quando tive da Jesus a permissão de vir, voltou; me perguntou: "Quanto tempo faz que não rezas pelas almas do purgatório?... "A cada pequena pena, as alivia; também ontem e hoje, se tu tivesses oferecido a elas aquele pouco". Mas respondi um pouco admirada: "Me sentia o corpo; e que as dores do corpo aliviam as almas do purgatório?". "Sim", me disse; "sim, filha: o menor padecimento as alivia". Lhe prometi então que daquele momento qualquer coisa teria oferecido por elas.

Eram mais ou menos nove e meia, eu estava lendo: de repente sinto uma mão apoiada ligeiramente sobre o meu ombro esquerdo. Girei apavorada; tive medo, pensei em chamar, mas não o fiz. Me girei e vi uma pessoa vestida de branco: vi uma mulher, a olhei e o seu olhar me fez entender que não havia nada a temer: "Gemma", me disse depois de alguns minutos, "me conheces?". Eu disse que não, porque bem podia dizer; acrescentou: "Eu sou a irmã Maria Teresa do Menino Jesus; te agradeço muito por ser tão primorosa porque logo possas alcançar a minha eterna felicidade".

Naqueles momentos o anjo da guarda me sugeria ao ouvido: "Mas a misericórdia de Deus é infinita". Me acalmei. Comecei logo a padecer muito na cabeça: eram mais ou menos dez horas. Quando fiquei sozinha, me coloquei na cama: sofri um pouco, mas Jesus não demorou a aparecer, mostrando-se, também ele, que sofria muito. Lhe lembrei os pecadores, pelos quais também ele me estimulou a ofereceu todos os meus pequenos padecimentos ao eterno Pai em nome deles.

Depois do que me aconteceu, teria sabido com prazer que coisa quisesse dizer aquela luz que saia das chagas, em particular da mão direita, com a qual me benzeu. O anjo da guarda me disse estas palavras: "Filhinha, neste dia a benção de Jesus derramou sobre ti uma abundante graça".


Padre Pio e Gemma Galgani
Os dois Santos foram quase contemporâneos.

Aos 7 anos Gemma Galgani inicia a sua extraordinária experiência com a primeira locução interior que encontra o seu ápice em 1899 com os sinais da redenção no seu corpo.

Francisco Forgiane, de 9 anos mais jovem de Gemma, aos 5 anos sente o desejo de ser totalmente de Deus e inicia a experimentar os primeiros fenômenos sobrenaturais e durante o seu noviciado (1903-1904) experimenta plenamente a sua experiência mística (Gemma tinha apenas morrido). A semelhança entre as suas experiências com aquelas de Gemma o leva a intuir e reconhecer que Gemma è aquela que pode ajuda-lo a compreender o que esta vivendo na própria carne.

Como Gemma também Padre Pio deve lutar com o demônio, tem as mesmas experiências celestes feitas de revelações, presenças Angélicas, de Cristo e da Virgem Maria. Vive depois a dolorida experiência das estigmates, no inicio invisíveis, por quase 8 anos e depois manifestadas e permanentes.

Padre Pio se reconhece plenamente nas mesmas excepcionais experiências místicas de Gemma, dela descritas com uma linguagem muito simples e a escolhe como modelo. Na verdade em muitas suas cartas (mais ou menos 50) existem frases e expressões típicas da linguagem de Santa Gemma tiradas das suas cartas, diário e escritos.

Que Padre Pio tenha lido os escritos de Gemma se encontra a conferma em uma sua carta a padre Bento datado 2 maio 1921. Assim escreve: "venho a pedir-te uma caridade: teria a vontade de ler o livrinho "Cartas e êxtase da serva de Deus Gemma Galgani, junto com aquele outro da mesma serva de Deus, que se chama "A hora Santa". Certo que ela achando justo este meu desejo, me os procurara. Agradeço e peço a sua benção. O seu Frei Pio":"

Santo Padre Pio recomendava a vários seus filhos espirituais à devoção a Gemma que chamava "A Grande Santa" e quando falava dela se comovia até as lágrimas e convidava os devotos visitadores a conhecer esta alma predileta.

Frequentemente Padre Pio convidava em Lucca diversos peregrinos vindos da Toscana e de algumas Regiões do Norte da Itália "O que voçes veem fazer aqui, a pedir graças? Correis a Lucca que è mais perto de vós, porque la esta Santa Gemma, que è uma Santona".

Santa Gemma Galgani e S. Padre Pio espalharam por todo o mundo o perfume de santidade e nós atordoados não resta que louvar Deus com agradecimentos por ter-nos doado criaturas tão resplendentes de amor e de virtude.


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