terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Santa escravidão X vícios capitais


   Amados irmãos e irmãs, nos últimos anos notamos e sentimos como se desencadeou um conturbado processo onde fomos assaltados por “novas” tendências, doutrinas, transformações políticas, sociais e econômicas, totalmente contrárias ao Cristianismo (comunismo, teologia da libertação, ideologia gay, materialismo, ateísmo prático, etc).

    Podemos dizer, sem medo de errar, que tais anomalias são frutos de uma degradação moral provocada, em especial, pelos três piores vícios capitais: o orgulho, a avareza e a impureza.

    Santa Catarina de Sena mostra-nos o que o Pai Eterno diz a respeito desses vícios: “Quero lamentar-me contigo sobre outros defeitos, dos quais ainda não falei. São aqueles vícios, que uma vez te mostrei na figura de colunas: a impureza, o orgulho e a ganância. Com eles, vendem até a graça do Espírito Santo! São vícios interdependentes e têm uma base comum, o egoísmo. Tais colunas, enquanto permanecem de pé, sem serem derrubadas pelas virtudes, tornam a pessoa obstinada nos demais pecados'. Como disse antes, todos os pecados nascem do egoísmo; o mais grave é o orgulho, que destrói a caridade. O orgulho conduz ainda a pessoa à impureza e à ganância. São esses os três laços que ligam os ministros maus ao demônio'.” (Diálogo - Carta n º 24 - ao cura Biringhieri Arzochi).

    Quando cedemos aos vícios do orgulho, da avareza ou da impureza vemos que começa a germinar em nós uma incompatibilidade com vários aspectos da Doutrina Cristã, da Igreja ou da natural ordem criada por Deus.  Recordemos alguma coisa sobre estes vícios ou pecados capitais:

    O Orgulho ou Soberba é o pior de todos os pecados capitais, chegando a ser considerado “a raiz” de todos os outros, pois é a tendência a se endeusar e se achar melhor que os outros. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à cederem a tentação do demônio (sereis como deuses, cf. Gn 3,5).

    Se a Soberba consiste numa estima excessiva de si, a Avareza é a estima excessiva das riquezas e dos bens deste mundo (que foram feitos apenas pra suprir nossas necessidades e a de nossos irmãos). A Avareza ou Ganância é a síndrome de acumular coisas. É o culto ao dinheiro. Leva a fraudes, roubos, mesquinharia e ambição, a passar por cima dos outros. Em vez de senhores das coisas passamos a sermos escravos delas (cf. Mt 6, 23-34). O avarento esquece-se de Deus e do próximo, não se preocupa com a sua Salvação, é dominado pelo espírito consumista e materialista.

    A Luxúria ou Impureza é a erotização exacerbada e o mau uso da sexualidade, levando-nos ao ato sexual fora do casamento ou contrariando as normas naturais estabelecidas por Deus. Vivemos num mundo altamente erotizado. Esse vício provoca pecados contra o sexto e o nono mandamentos em atos (imodéstia e despudor: roupas e atitudes do corpo indecentes e provocadoras, etc.), pensamentos (desejos desordenados) e palavras (piadas de duplo sentido, conversas impudicas, músicas lascivas, etc.).

    Podemos entender o motivo de estarmos vivendo num mundo povoado de pessoas doentes, entre as quais estamos inclusos. O barro se revoltou contra o Oleiro (cf. Is 29,16). Deixamos de obedecer a Deus, para seguir nossas próprias “leis sagradas”.

    Quantos irmãos estão agora morrendo de fome, frio, pela falta de um remédio, enquanto nós estamos apenas preocupados com o nosso próprio bem-estar?
    Quanta desunião encontramos nas famílias, vizinhanças, comunidades (sobretudo paroquiais).  Já não sabemos mais dialogar, pois para saber conversar tem também que saber calar. Quantos acidentes de trânsito motivados pela soberba daqueles que pensam que todos devem dar-lhes passagens, mas eles não as devem a ninguém.

    Quantas famílias destruídas por estes três vícios: pela arrogância dos esposos que não se vêem mais como uma só carne; pela soberba dos filhos, que não obedecem aos seus pais; pelo individualismo provocado pelo espírito avarento que conduz a desunião familiar; pela impureza (incitada principalmente pelos programas televisivos como as novelas, filmes depravados, BBB, programas dominicais como o do Faustão, etc.) que conduz a traição conjugal e a vivência prematura, irresponsável e desordenada da sexualidade pelos jovens? Para sermos curados destes devastadores vícios só temos um remédio: buscar viver as virtudes opostas a cada um deles. Contra a Soberba, usemos a Humildade. Humildade é o reconhecimento de nossa pequenez. É a verdade sobre nós mesmos, sabendo que tudo é Dom de Deus. Contra a Avareza, a Generosidade, que é o despojamento dos bens materiais, “Dai e vos será dado” diz Jesus. Deus ama o que dá com alegria. E contra a Impureza, a Castidade, que é o respeito ao nosso corpo e ao corpo do próximo, enxergando-nos como o que verdadeiramente somos: Templos vivos do Espírito Santo, membros do Corpo de Cristo.

    Mas, para tantos males temos um eficaz remédio: a Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria ou Santa Escravidão de Amor. Sim, pois, o escopo principal desta devoção é estabelecer nos corações o reino absoluto de Maria Santíssima, a fim de fazer com que nele reine mais perfeitamente Jesus Cristo. Para tanto devemos dar-nos inteiramente a Maria Santíssima, e a Jesus por meio d'Ela, na qualidade de escravos, sem nada reservarmos para nós; e procurarmos viver habitualmente numa plena e perfeita dependência de nossa Mãe Celeste, a exemplo de seu filho Jesus, que por trinta anos viveu-lhe submisso. Devemos fazer tudo com, por, para e em Maria Santíssima. Buscando conhecer e imitar as suas virtudes.

    Ora, pergunto a todos: quem, abaixo de Deus, é mais humilde, casta e generosa que a Santíssima Virgem Maria? Ela é a Escrava do Senhor. Foi exaltada como Rainha do Céu e da terra, por que se rebaixou como escrava. Ela é a Imaculada Conceição, toda pura e toda casta. Ela é a generosidade em pessoa, a despenseira e Medianeira de todas as graças.

    Mas, não pensemos que basta apenas nos consagrarmos a Ela como seus escravos por amor, devemos principalmente praticar essa escravidão em nosso dia a dia. Assim, no desejo de que todas as almas tenham acesso a este salutar remédio contra os graves males que enfrentamos, é que suplicamos ao Santo Padre a graça da proclamação de um novo Ano Mariano em 2012-2013 recordando os 25 anos do último ano mariano proclamado pelo Beato Papa João Paulo II e comemorando os 300 anos do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luis Maria Montfort, seria um verdadeiro tempo de graça para a Santa Igreja de Deus.

    Lembremos o que o Beato João Paulo II escreveu na sua Encíclica RedemptorisMater, a respeito do Ano mariano que iria estabelecer: “a espiritualidade mariana, [...] tem uma riquíssima fonte na experiência histórica das pessoas [...]. A este propósito, é-me grato recordar, dentre as muitas testemunhas e mestres de tal espiritualidade, a figura de São Luís Maria Grignion de Montfort, o qual propõe aos cristãos a consagração a Cristo pelas mãos de Maria, como meio eficaz para viverem fielmente os compromissos batismais.”

    Também seria uma forma muito prática de responder aos apelos que a Virgem Santíssima fez em Fátima (1917): “Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Coração Imaculado. [...] Se fizerdes o que vos digo, muitas almas se salvarão e terão paz.” Pois como diz o próprio São Luis, “foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio Dela que Ele deve reinar no mundo. […] Por Ela Jesus Cristo vem a nós, e por Ela devemos ir a Ele.” (T.D.V., n. 1; 85)

Ir. Maria Teresa da Santa Escravidão de Amor


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