quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Culto devido a Maria Como Mãe da Igreja

Maria Santíssima, Mãe espiritual perfeita da Igreja

1. A primeira verdade é esta: Maria é Mãe da Igreja não apenas por ser Mãe de Jesus Cristo e Sua muito íntima colaboradora na «nova economia, quando o Filho de Deus assume d'Ela a natureza humana, para libertar o homem do pecado» mediante os mistérios da Sua carne (L.G. 55), mas também porque «refulge em toda a comunidade dos eleitos como modelo de virtude» (cfr. L.G. 65 também o n. 63). Como, na verdade, cada mãe humana não pode limitar a sua missão à geração de um novo homem, mas deve alargá-la à “nutrição” e à “educação”, assim se comporta também a bem-aventurada Virgem Maria. Depois de ter participado no sacrifício redentor do Filho, e de maneira tão íntima que lhe fez merecer ser por Ele proclamada Mãe não só do discípulo João, mas — seja consentido afirmá-lo— do género humano, por aquele de algum modo representado, Ela continua agora no céu a cumprir a missão que teve na terra de cooperadora no “nascimento e desenvolvimento” da vida divina em cada alma dos homens remidos. Esta é uma consoladora verdade, que por ser livre beneplácito de Deus sapientíssimo faz parte integrante do mistério da salvação humana; por isso ela deve ser considerada como de fé por todos os cristãos.

Maria Mãe espiritual mediante a sua intercessão junto do Filho

2. Mas de que modo coopera Maria no crescimento dos membros do Corpo Místico na vida da graça? Em primeiro lugar mediante a sua incessante súplica, inspirada por uma ardente caridade. A Virgem Santa, embora feliz pela visão da augusta Trindade, não esquece os seus filhos que caminham como Ela outrora na «peregrinação da fé» (L.G. 58). Contemplando-os em Deus e vendo bem as suas necessidades, em comunhão com Jesus Cristo que está «sempre vivo a interceder por eles» (Heb 7,25), deles se constitui Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira (cfr. L.G. 62). Desta sua ininterrupta intercessão junto do Filho pelo Povo de Deus, tem estado a Igreja desde os primeiros séculos persuadida, como testemunha esta antiquíssima antífona que, com algumas ligeiras diferenças, faz parte da oração litúrgica tanto no Oriente como no Ocidente: «à tua proteção nos acolhemos ó Mãe de Deus; não desprezes as nossas súplicas nas necessidades, mas salva-nos de todos os perigos ó (tu) que só (és) a bendita». Nem se pense que a intervenção maternal de Maria traga prejuízo à eficácia predominante e insubstituível de Cristo, nosso Salvador; pelo contrário, ela tira a sua força da mediação de Cristo e é dela uma prova luminosa (cfr. L.G. 62).

Maria Educadora da Igreja com a fascinação das suas virtudes

3. Não se esgota, porém, no patrocínio junto do Filho a cooperação da Mãe da Igreja no desenvolvimento da vida divina nas almas. Ela exerce sobre os homens remidos uma outra influência: a do exemplo. Influência, na verdade, importantíssima, segundo a conhecida máxima: «As palavras movem, mas o exemplo arrasta». Realmente, tal como os ensinamentos dos pais adquirem eficácia bem maior se são apoiados pelo exemplo duma vida dentro das normas da prudência humana e cristã, assim também a suavidade e o encanto das excelsas virtudes da Imaculada Mãe de Deus atraem de maneira irresistível os ânimos para a imitação do divino modelo, Jesus Cristo, de que Ela foi a mais fiel imagem. Por isso o Concílio declarou: «A Igreja, refletindo piedosamente sobre Maria e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, cheia de respeito penetra mais e mais no íntimo do altíssimo mistério da Encarnação e vai tomando cada vez mais a semelhança do seu Esposo» (L.G. 65).

Justo culto de louvor e de gratidão à Mãe da Igreja

7. Pois bem, perante tanto esplendor de virtudes, o primeiro dever de quantos reconhecem na Mãe de Cristo o modelo da Igreja é o de, em união com Ela, render graças ao Altíssimo por ter realizado em Maria tão grandes obras em benefício da humanidade inteira. Mas não basta. É igualmente dever de todos os fiéis tributarem à fidelíssima Serva do Senhor um culto de louvor, de reconhecimento e de amor, uma vez que, segundo a sapiente e suave disposição divina, o seu livre consentimento e a sua generosa cooperação nos desígnios de Deus tiveram e continuam a ter uma grande influência na realização da salvação humana (cfr. L.G. 56).

Por este motivo, cada cristão pode fazer sua a invocação de S. Anselmo: «Ó gloriosa Senhora, faz com que por ti mereçamos chegar até Jesus, teu Filho, que por teu intermédio se dignou descer até nós».


Fonte: Exortação Apostólica Signum Magnum (Consagração ao culto da Virgem Maria, Mãe da Igreja e Modelo de todas as Virtudes)

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